Juros básicos em alta, PIB em queda, eleições, início e aceleração do tapering e uma nova variante do coronavírus. “Incerteza” talvez seja a palavra para definir 2022. Nossa gestora de produtos, Talita Raupp, conta como se comportaram os principais indicadores no último semestre – e que caminho eles apontam para os próximos 12 meses.
Inflação
Começando pela inflação, em 2021 ela reinou soberana, diminuindo o poder de compra do brasileiro. Segundo o boletim Focus (levantamento semanal que o Banco Central faz com analistas de instituições financeiras), o IPCA de 2021 deve ser de 10,01%.
E, segundo os analistas, o quadro não é alentador para os próximos meses. Houve uma piora das expectativas. No primeiro semestre do ano passado, os analistas previam que a alta de preços em 2022 fosse de 3,78%. Entretanto, o ano terminou com uma projeção mais elevada, de 5%.
“A inflação é um problema global. Por causa da pandemia, os governos se valeram de instrumentos para incentivar a atividade econômica, a demanda. Mas o setor produtivo não acompanhou. Tivemos, por exemplo, a falta de semicondutores na indústria”, explicou Talita.
PIB
As projeções relativas à atividade econômica do país também desabaram. Até julho do ano passado, as apostas eram de que o PIB de 2022 seria de 2,11%, mas o marasmo da nossa economia ao longo do segundo semestre de 2021 deixou o mercado pessimista – o Produto Interno Bruto recuou 0,1% no terceiro trimestre de 2021, e a projeção é a de que o quarto trimestre também fique negativo.
Resultado: espera-se que o PIB do ano passado, a ser divulgado nos próximos dias, fique em 4,5%. Trata-se de uma recuperação bem menor do que a esperada após a paralização da economia devido à chegada da pandemia.
Para este ano, enquanto parte do mercado prevê uma alta raquítica, abaixo de 0,5%, outra parte acredita até mesmo em PIB negativo.
Juros
Respondendo ao aumento da inflação e à piora do ambiente macroeconômico, o Banco Central decidiu elevar a taxa de juros. No ano passado, principalmente no segundo semestre, acompanhamos a forte alta da Selic. Os juros básicos, que no final de 2020 estavam em sua mínima histórica, em 2%, terminaram 2021 em 9,25%. O boletim Focus estima que os juros devem fechar este ano em 11,5%.
Bolsa
As ações brasileiras viveram uma espécie de “montanha russa” em 2021. No primeiro semestre, o Ibovespa chegou a expressivos 131.190 pontos, em junho, acumulando alta de 7%.
Mas tudo ficou diferente quando julho chegou. Foram cinco meses de quedas consecutivas, só aliviadas com a alta de 2,85% em dezembro, que mesmo assim foi insuficiente para evitar que a bolsa brasileira fechasse 2021 com queda de 11,93% – e de volta aos 104 mil pontos.
Alguns gestores acreditam que os preços dos ativos na bolsa estão bastante depreciados após quedas sucessivas. Seria o momento de por em prática aquela velha recomendação, “caiu, comprou”?
Alguns gestores acham que essa lógica pode não funcionar em um ano tão incerto como 2022. Portanto, a dica é ter cautela, sem perder o otimismo, como está fazendo boa parte do mercado. E diversificar. “Dois fundos relevantes do nosso portfólio, o Constellation, um fundo de ações; e o Verde, um multimercado, reabriram para investimento, o que demonstra que esses gestores enxergam oportunidades após esse período difícil”, ressaltou Talita.
Ela explicou que fundos de ações devem ter no mínimo 67% de sua carteira investida em ações. Ou seja, os gestores podem manter até 33% dos recursos “em caixa”, como se fosse um colchão para amortecer eventuais perdas. “Um estudo nosso com fundos de ações long only 100% da nossa grade de previdência, mostrou que esse percentual que poderia estar ‘em caixa’ está em apenas 5%, o que mostra que os gestores acham que a relação risco versus retorno está valendo a pena. Se fosse o contrário, as gestoras aumentariam esse percentual ‘em caixa’ para se resguardar.”
Os fundos de ações long only apostam sempre na valorização das ações em que investem.
Pandemia
No final de novembro, cientistas da África do Sul anunciaram a descoberta de uma nova variante, a Ômicron. Muito mais contagiosa que as anteriores, a nova cepa gerou preocupação global.
Embora iniciativas como o lockdown não sejam mais colocadas em prática como em 2020, o avanço da Ômicron tem provocado uma espécie de lockdown forçado: restaurantes, lojas e companhias aéreas se veem forçadas a paralisar suas atividades quando equipes inteiras se contaminam ou há alguma suspeita. Além disso, planos de volta ao escritório têm sido adiados.
“Cada vez que aparece uma variante nova, voltamos às incertezas: ‘Como será que isso vai refletir na economia e nos mercados?’ A covid sem dúvida ainda é uma preocupação para 2022”, alertou Talita.
Para ficar de olho
Neste ano, também é importante acompanhar o possível aperto monetário global, com a elevação da taxa de juros nos Estados Unidos. É preciso também verificar como caminhará a economia chinesa; a demanda de consumo versus a disponibilidade de suprimentos e, no Brasil, além das eleições, o risco fiscal, com a elevação dos gastos públicos do Governo Federal.
Destaques de rentabilidade
Em 2021, os fundos preferidos pelos clientes foram de longe os de crédito privado. Nesse tipo de fundo, os recursos são investidos, majoritariamente, em títulos de renda fixa de empresas privadas.
Mas, fundos de renda fixa, de forma geral, estiveram na preferência dos investidores. “Com inflação e juros altos, fundos atrelados a esses indicadores acabam se favorecendo e atraindo os recursos dos nossos clientes”, explicou Talita.
Apesar disso, o grande vencedor do ano foi um fundo de ações Long Only 100%, o que demonstra que, apesar de não trivial, é possível obter ganhos em ações mesmo quando o Ibovespa não vai bem, através da seleção criteriosa de bons ativo, fruto de uma gestão ativa.
Já os fundos de crédito privado não se destacaram só na captação, mas também na rentabilidade. Entre os 10 fundos com melhor performance em 2021, cinco são dessa classe de ativos. Os multimercados também se saíram bem, com quatro fundos no ranking de rentabilidade. Confira a tabela.
NOME | CNPJ | DATA INÍCIO | ESTRATÉGIA | PL (31/12) | RET ANO | RET 24 MESES | VOL ANO |
TRÍGONO ICATU 100 FI AÇÕES PREVIDENCIÁRIO | 35.610.342/0001-08 | 14/07/2020 | Fundo de ações | 196.824.021,17 | 37,30% | – | 22,42% |
KADIMA ICATU FIE PREVIDÊNCIA FIC MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO | 15.862.867/0001-23 | 24/07/2013 | Fundo Multimercado | 463.283.976,24 | 12,18% | 13,50% | 3,69% |
SPX LANCER ICATU PREVIDÊNCIA FIC MULTIMERCADO | 28.653.832/0001-26 | 29/03/2018 | Fundo Multimercado | 148.899.767,22 | 9,54% | 11,73% | 5,33% |
IBIUNA PREVIDÊNCIA ICATU FI MULTIMERCADO | 18.041.877/0001-96 | 19/09/2013 | Fundo Multimercado | 434.116.526,72 | 8,97% | 21,94% | 4,65% |
ARX TARGET ICATU PREV FIC MULTIMERCADO | 05.975.117/0001-04 | 26/12/2003 | Fundo Multimercado | 50.329.612,50 | 7,19% | 16,03% | 3,69% |
AZ QUEST PREV ICATU LUCE FIC RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO | 23.883.385/0001-88 | 09/09/2016 | Crédito Privado | 582.866.197,23 | 7,08% | 7,83% | 0,26% |
ICATU VANGUARDA ABSOLUTO FI RENDA FIXA PREVIDENCIÁRIO CRÉDITO PRIVADO | 21.494.444/0001-09 | 12/05/2015 | Crédito Privado | 956.399.873,54 | 6,96% | 10,73% | 0,36% |
CAPITÂNIA CREDPREVIDÊNCIA ICATU FIC RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO | 27.239.065/0001-40 | 22/05/2017 | Crédito Privado | 1.692.896.746,48 | 6,76% | 11,23% | 0,98% |
SPARTA PREVIDÊNCIA ICATU D FIC RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO | 30.877.540/0001-19 | 11/10/2018 | Crédito Privado | 53.642.678,41 | 6,75% | 7,77% | 0,19% |
ARX DENALI ICATU PREVIDÊNCIA FIC RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO | 31.353.579/0001-08 | 08/11/2018 | Crédito Privado | 524.421.538,09 | 6,72% | 9,51% | 0,27% |
Fonte: Quantum. Ranking não considera fundos exclusivos e/ou exclusivos de parcerias, somente oferecidos na grade
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