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A escolha do Fundo de Previdência

Tempo de leitura: 3 minutos

Índice

Saiba como identificar a opção ideal para o seu perfil. Rafael Paschoarelli, professor de finanças da FEA/USP, ensina a analisar uma lâmina de fundo de investimento. Confira.

“Não estou preocupado se o fundo está no primeiro lugar do ranking do ano. O importante em previdência é analisar o desempenho no longo prazo.”

Rafael Paschoarelli, professor de finanças da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP) e sócio-diretor do ComDinheiro, foi o convidado da Icatu Seguros para mais uma live “Conversa com Especialista”. A proposta é ajudar o investidor a analisar uma lâmina de fundo, documento que resume as principais características operacionais da aplicação e os principais indicadores da carteira. A partir dessas informações, o cliente é capaz de verificar se um fundo se adequa aos seus objetivos e perfil. A apresentação aconteceu no dia 11 de fevereiro, e está acessível, de forma gratuita, no canal da Icatu no YouTube.

Utilizando a lâmina de um fundo de previdência da Icatu como exemplo, o executivo iniciou a apresentação destacando a necessidade de entender o objetivo do investimento, com base no benchmark. Segundo ele, os dois primeiros conceitos a levar em conta são o de “fundo passivo” e de “fundo ativo”. O passivo tem o objetivo de seguir um benchmark, já o ativo tem a meta de superá-lo. Isso tem efeito direto na taxa de administração, que remunera os prestadores de serviço: os fundos passivos tendem a ser mais baratos. “Não faz sentido comparar o desempenho de um fundo indexado ao CDI, ou cujo objetivo é ultrapassar o CDI, com o IBOV (Ibovespa). Ou comparar um fundo que segue o CDI com o dólar. São elementos diferentes”, afirmou.

Composição da carteira

Em seguida, o especialista em mercado financeiro ensinou a analisar a composição da carteira do fundo. Nesse ponto, Paschoarelli chamou a atenção sobre o item Operações compromissadas/Caixa. É onde encontramos a informação sobre o prazo de resgate do dinheiro, ou seja, quanto tempo o fundo levará para cotizar a venda das cotas. “Quanto maior a posição de caixa do fundo, mais liquidez ele tem”, explicou o professor. Porém, vale ressaltar que se tratando de fundos previdenciários, o prazo para pagamento de resgate é definido pelas regras da SUSEP, de modo que os fundos deverão alinhar a liquidez do produto com o prazo legal. Por isso, considerando o produto de previdência, o ideal é sempre consultar no regulamento do plano o prazo cabível.

Outro ponto importante a observar é o campo Título Público, que representa a parcela alocada em ativos emitidos pelo governo que possuem um baixo risco de crédito, ou seja, com baixo risco de “calote”. “Se o fundo que você está investindo está recheado de títulos públicos, o risco de crédito é o menor que você deve se preocupar”, disse.

Paschoarelli falou também sobre o risco de crédito. Uma das maneiras de analisar o risco, principalmente no caso da renda fixa, é olhar a carteira e verificar a concentração de títulos nos quais o emissor é o governo ou uma empresa ou um banco. “O governo não vai dar calote pelo simples motivo de que pode emitir moeda, aumentar impostos ou acionar uma série de mecanismos para honrar seus compromissos. A empresa, não”, disse. O gráfico de Histograma dos Retornos Diários é outro indicativo. Esse item permite observar se os retornos diários estão muito dispersos ou concentrados em torno da média, o que indica a volatilidade do fundo. “Se você quer um fundo mais conservador, a variação deve ser mais concentrada em torno da média. Se você aceita tomar mais risco, esse histograma será mais espalhado”, explicou.

Desempenho em tempos de estresse

Para verificar a volatilidade do fundo, a dica é verificar como o produto se comportou em períodos de estresse do mercado. Nesse caso, o gráfico Evolução da Volatilidade/Índice de Sharpe é um bom indicativo. “Pelo índice de Sharpe eu analiso o custo-benefício do investimento, se o retorno que eu tive compensou o risco que corri”, disse. Segundo ele, a regra de ouro é: “quanto maior o Índice de Sharpe, mais eficiente é o fundo. E usar o risco que ele corre para gerar retorno”. Em outras palavras, o gráfico indica o retorno excedente do fundo em relação à taxa livre de risco(no Brasil utilizamos o CDI), dividido pela volatilidade do fundo.

Ao final, Paschoarelli respondeu a algumas perguntas do público, abordando temas como derivativos, análise de perfil de investidor, régua de risco etc. Encerrando o encontro, ele destacou a importância de analisar a persistência da performance do fundo, verificando o desempenho em longo prazo. “Ficar em primeiro lugar de ranking chama a atenção para fazer matéria de jornal, mas não estamos falando de uma corrida de 100 metros. Em previdência, precisamos de desempenho de longo prazo”, disse. Segundo ele, o que grandes alocadores de longo prazo fazem é analisar janelas móveis e ver a proporção de vezes que o fundo ficou no primeiro quartil, ou seja, entre os 25% melhores nessas janelas móveis. “Eu não quero gestores que acertam uma tacada. Isso pode ser episódico. Eu quero gestores que deem várias tacadinhas e que, ao longo do tempo, colocam o fundo no primeiro quartil”, sintetizou.

Confira a live completa de Rafael Paschoarelli no canal da Icatu no YouTube: https://bit.ly/3dG2AZG

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