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Dia dos namorados: conheça a história dessa data e saiba como ter um vida financeira saudável a dois

Tempo de leitura: 4 minutos

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Em artigo, Fábio Gallo, Professor de Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), conta a história do dia dos namorados e dá dicas financeiras para a relação à dois.

O dia dos Namorados é um dia dedicado a celebração do amor. Sem ele, o amor, não temos vida, não existimos como pessoas. Com inflexões distintas conforme a cultura, a condição social, a perspectiva de cada um.

No idioma grego existem três palavras que significam amor: Filia, Eros e Ágape. Filia é o amor entre irmãos, muitas vezes traduzido por amizade ou amor de amizade. Termo que vem do tratado de Aristóles chamado “Ética a Nicômaco”, texto que trata das virtudes e no qual o autor dedica mais de 20% justamente a escrever sobre a Philia. Quando o filósofo fala de filia está se referindo a uma forma mais elevada de amizade, baseada no caráter dos amigos. Em seu livro “Retórica” ele diz “querendo para alguém o que se pensa de bom, e por sua causa e não pelas nossas próprias, e assim estar inclinado, tão tempo quanto puder, fazer tais coisas por ele.”

Ágape, por sua vez, é compreendido como o amor incondicional, de doação plena, de entrega total. Entendido como o amor de Deus pela humanidade. Amor por todos os seres, assim ligando a humanidade, a natureza e o universo. Palavra usada de diversas formas e que adquire força no Novo Testamento e muito usado nas correspondências no tempo do Império Romano. Os antigos filósofos usavam o termo ágape para contrastar com o eros e o philia.

Quando se menciona de Eros está se falando do amor entre pessoas. O amor romântico caracterizado pela paixão e pelo desejo. Na mitologia grega Eros é o nome do cupido que lançava flechas causando a atração física.  Para os gregos antigos Eros significava o inebriamento, a perda da razão, era tratado como a “loucura divina”. Para Platão o eros é a transformação da apreciação da beleza trazida na alma.

Platão no seu diálogo “O Banquete”, traz Sócrates citando o que ouvira de Diotima que diz que “Há pouco admitimos que o desejo da imortalidade está necessariamente ligado ao bem, visto dirigir-se o amor a posse perpétua do bem. A conclusão forçosa desse argumento é que o Amor é o anseio de imortalidade”

Filia, Ágape, Eros são palavras distintas, manifestando-se de maneira diversa, mas que no final, unem-se num só significado que é o Amor. Nesse pensar surge uma das coisas mais bonitas sobre o Amor que é o fato que este se mostra como algo relacional. Pois, somente existe da relação entre pessoas. Entre irmãos, namorados, mãe e filho, entre Deus e a humanidade. Amor nasce da relação entre seres, não é algo mesquinho, de posse, individual, mas sim, sempre, em relação a outro. Que se espelha, que se reproduz, assim, também, por adesão.

No mundo o Dia dos Namorados é comemorado no dia 14 de fevereiro e foi associado ao amor romântico porque esse é o dia de São Valentim que foi condenado a morte por contrariar a ordem, do imperador Romano Claudius II, para não realizar casamentos. Nesse mesmo dia comemora-se a véspera da Lupercália, uma celebração anual da Roma Antiga em homenagem à Juno, deusa da mulher e do casamento, e Pan, deus da natureza.

No Brasil o dia 12 de junho foi instituído por ser a véspera de Santo Antônio, que ganhou a fama de “santo casamenteiro”.

Aqui e ao redor do mundo a tradição é que os casais troquem presentes. A troca de presentes é algo bom que ocorre para mostrar ao outro a existência da relação. Mas, isso não deve ter intenção de mostrar o quanto se ama, isto seria impossível. Ou muito menos procurar comprar o amor do outro. Assim, um primeiro pensar nessa ocasião é em presentar de forma consciente que traga bem-estar, de acordo com a nossa condição financeira. Algo que pode ajudar nesse momento é combinar o tipo de presente a ser trocado, para deixar os dois mais à vontade com os gastos. Você também pode ser criativo. Saiba agradar o outro com que ele gosta, atender o seu desejo. Pode ser fazer algo em vez de comprar. Um gesto, uma canção, uma dança, uma foto, um poema, um olhar, mas, mostre o seu amor pelo outro, não o esconda.

Na relação a dois o diálogo sempre é importante e conversar sobre dinheiro faz parte. Falar sobre os costumes de gastos de ambos pode gerar uma união mais saudável em termos das finanças do casal no futuro. A divisão de contas é algo que deve ser discutido e começa, por exemplo, na forma de como é repartida a conta de um jantar a dois. Não há uma regra de como isso deve ser feito, cada casal deve estabelecer como a divisão de gastos deve ocorrer. Uma forma que usualmente gera menos problemas é dividir conforme o nível de ganhos de cada um, assim, quem ganha mais, paga uma parte maior das despesas.

Uma das maiores causas de conflito entre casais é a infidelidade financeira. A vida financeira saudável no casamento começa por ambos conhecerem todos os gastos e receitas de cada um. Para preservar a individualidade e evitar brigas o casal pode estabelecer uma verba para cada um gastar com as suas coisas, no que gosta.

Essa data, também, é uma boa oportunidade para os namorados pensarem na construção de objetivos de vida conjuntos. Aproveite, junto com o seu par, para pensar o futuro, estabeleçam metas a dois. Isso cria intimidade, assim, permitindo maior conhecimento do outro. A construção das finanças do casal começa no planejamento do casamento, se esta for uma das metas. Decidir sobre quando, como e as formas de poupar para poderem realizar essa meta pode aumentar ainda mais a união entre ambos.

Sonhar a dois, construir sonhos conjuntos, como esse amor vai se firmar na vida de ambos. Dê espaço para o amor se solidificar e ser, ao mesmo tempo, filia, eros e ágape na vida dos dois. 

Lembrando os versos do poeta maluco beleza, Raul Seixas.

“Sonho que se sonha só. É só um sonho que se sonha só. Mas, sonho que se sonha junto é realidade”

Viva a beleza da vida. Viva o Amor.

Autor: Fábio Gallo – Professor de Finanças da FGV

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