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MOS Capital e Vinci: é hora de dizer ‘hello’ para investimentos fora do Brasil?

Tempo de leitura: 4 minutos

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Para eles, o dia a dia vai muito além do trio Bovespa, real e taxa Selic. Muitas vezes, é preciso acompanhar também o vaivém do dólar, do euro, da libra e até mesmo do won sul-coreano. Em nossa live sobre investimentos no exterior, Talita Raupp, da equipe de Previdência da Icatu, conversou com dois Fernandos. 

O primeiro, Fernando Lovisotto, é sócio e CIO da Vinci Partners, além de responsável pelas estratégias de curto prazo da gestora, como ações e fundos multimercado.

Fundada em 2009, a Vinci – que hoje tem R$ 57 bilhões sob gestão – já oferecia aos nossos clientes um fundo multimercado com foco em ativos predominantemente locais, mas com exposição internacional: o Vinci Equilíbrio Prev Icatu. No Brasil, o produto investe em juros, moedas e na bolsa. Já no exterior, em juros e ações.

Em breve, também será possível aplicar parte da reserva de aposentadoria no Vinci Global Location Icatu Prev, uma carteira com 60% de seus ativos em renda fixa, moeda e na bolsa brasileira. Os outros 40% estão no exterior, em fundos globais. 

“Quando você tem um produto com bolsa do Brasil, bolsa no exterior e exposição em moeda, você acaba construindo uma carteira muito melhor, mais aderente às suas necessidades e à janela e longo prazo”, ressaltou Fernando Lovisotto.

O outro Fernando é Fernando Bevilacqua, sócio e gerente de portfólio da MOS Capital – pronuncia-se “mós”, acrônimo em inglês para “margin of safety”, “margem de segurança”. A expressão surgiu graças ao mentor intelectual do megainvestidor Warren Buffett, Benjamin Graham. Ele cunhou a expressão pela primeira vez em 1934. 

A gestora também tem um fundo global em parceria com a Icatu, o MOS Híbrido Prev Icatu, que investe 40% em ações globais – seu foco são mercados desenvolvidos e moedas fortes. Os outros 60% estão em papéis da bolsa brasileira, sempre com viés de longo prazo. 

Embora aplique nos Estados Unidos, Canadá, Europa Ocidental, Ásia desenvolvida (Japão, Coreia do Sul, Hong Kong, Singapura e Taiwan) e Austrália, a maior parte dos investimentos da MOS estão mesmo nos nossos vizinhos da América do Norte, contou Bevilacqua: “Porque a gente entende que, por incrível que pareça, mesmo depois de tudo o que eles cresceram, depois de todo o ganho de renda que tiveram nas últimas décadas, os Estados Unidos continuam sendo um país com grandes oportunidades de investimento”.

Ativos com sotaque estrangeiro

Mas por que, afinal, deveríamos globalizar nossos investimentos, já que o histórico no Brasil sempre foi de juros altos? 

Quem primeiro respondeu a essa pergunta foi Lovisotto, da Vinci: “As pessoas não só têm uma cesta de consumo que tem produtos internacionais, como também produtos dolarizados. Investir em oportunidades no exterior faz com que essa carteira fique mais aderente à cesta de consumos que elas têm”, explicou. 

Ele ainda citou outra vantagem dos ativos estrangeiros. “O fato de a gente poder investir no exterior gera uma diversificação muito grande. Não só por causa da exposição às moedas, que no longo prazo fazem sentido na carteira, mas também por causa da exposição setorial: temas e teses que a gente não encontra no Brasil. Por exemplo, o setor de tecnologia. Você consegue construir uma carteira bem mais diversificada, aderente a essa tese de geração de ganho real no longo prazo. E aí, você acaba tendo uma carteira melhor.”

Viés doméstico

Bevilacqua explicou por que muita gente nem pensa em fazer investimentos em ativos lá fora. “Um estudo de finanças comportamentais já identificou um viés comportamental clássico que é o home bias. Ou seja, é natural que um investidor se sinta mais confortável para investir em seu próprio país porque conhece as regras, as leis, as empresas. Muitas vezes, conhece as pessoas que gerem as empresas ou os fundos. É usual, não só no Brasil, que as pessoas tenham uma tendência a ter alocação só em seu próprio país.”

home bias também é conhecido como viés doméstico. É aquela nossa tendência de querer distância do desconhecido. O que, racionalmente, nem sempre faz sentido: “Se você fosse um extraterrestre e chegasse ao planeta para fazer seus investimentos, será que necessariamente você teria a maior quantidade de alocação no Brasil?”, comparou Bevilacqua.

Para ele, é essencial investir também no exterior: “A gente acredita que o investidor, para proteger seu capital da inflação, precisa estar exposto a mercados e instrumentos que não necessariamente sejam do país onde ele vive.”

Bevilacqua também destacou a diversificação como um dos principais motivos para aplicar em um fundo global. “Você tem uma queda no risco da sua carteira. Hoje, a gente tem condições de investir nessas grandes empresas de tecnologia americanas ou asiáticas. Esses investimentos vão lhe dar justamente o que você procurava quando fez um investimento em previdência, ou seja, proteção de capital ao longo do tempo. Esse componente externo, principalmente em moeda forte, é essencial para quem quer ter esse tipo de proteção de capital e retornos ao longo do tempo.”

Na carteira, gigantes de tecnologia e entretenimento

Na carteira do fundo de previdência da MOS estão empresas como Disney, Amazon e Johnson & Johnson. “São empresas que a gente acha que têm vantagens competitivas sem paralelo e com potencial de crescimento. Estamos em busca de empresas que tenham, é claro, um preço ainda razoavelmente atrativo, mas que tenham também um retorno sobre capital investido no negócio que seja acima do custo de capital. Com isso, você consegue ganhar no tempo aquele retorno e correr menos risco empresarial”, destacou Bevilacqua. 

Lovisotto lembrou que muitas dessas marcas globais estão há anos em nosso dia a dia, nas prateleiras e no carrinho do supermercado. Mas não no extrato de investimentos: “O Fernando deu vários exemplos de produtos que muito provavelmente os brasileiros são consumidores. O pessoal está assinando Disney+, consome Tylenol, usou a Janssen. E aqui no Brasil, as pessoas nem conseguem investir em empresas que produzem os produtos que eles consomem.”

A ausência de opções para investimento em nossa bolsa existe até mesmo em setores onde somos especialistas. “Nós somos o país das commodities, mas se você tentar investir em empresas ligadas a commodities, vamos listar três ou quatro. Se você olha o ambiente externo, consegue ter muito mais. Uma parcela grande da inflação que a gente está vendo tanto no Brasil quanto no mundo vem das commodities. Uma maneira de você se proteger dessa inflação é estar investindo nessas companhias, ter um pedaço investido. Só que aqui no Brasil você tem uma limitação muito grande”, reconheceu Lovisotto.

Pelo visto, motivos para aplicar em fundos globais não faltam. Depois desta entrevista, quem perguntava “por que investir no exterior?” vai começar a se perguntar: “por que não investir no exterior?”

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