Talvez, você não saiba o que é IPCA, mas, com certeza, sabe o que é inflação. Afinal, todos os meses você percebe o aumento ou a queda de determinados preços, não é verdade?
Entender o que significa IPCA pode ajudar você a ter uma vida financeira mais saudável, contribuindo com a sua educação financeira, pois esse índice está diretamente ligado a uma série de fatores da nossa vida, como o preço do aluguel, eventuais reajustes salariais etc.
Sendo assim, neste conteúdo vamos explicar o que é IPCA, como ele é calculado, para que é usado e mais. Continue lendo e confira!
O que é IPCA?
Quando falamos em inflação, é comum que associemos esse termo a um sentimento, pois percebemos que os produtos e serviços tiveram seus preços alterados.
Contudo, a economia não pode se deixar levar por meras impressões. É preciso ter um dado concreto que revele se realmente os preços mudaram, mostrando o percentual dessa alteração.
É para isso que serve o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Trata-se de um índice calculado e divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Portanto, quem calcula o IPCA é o IBGE, e ele é o índice oficial da inflação no Brasil.
Como calcular a inflação (IPCA)?
Agora que você já sabe o que é o IPCA, vamos ver como ele é calculado. Para isso, são considerados nove grupos de produtos e serviços:
- transportes;
- alimentação e bebidas;
- artigos de residência;
- comunicação;
- despesas pessoais;
- educação;
- habitação;
- saúde e cuidados pessoais;
- vestuário.
Esses grupos são subdivididos em mais de 400 subitens. Cada produto tem diferentes origens e pesos, que variam de acordo com a sua presença no consumo médio da população.
Itens de alimentação costumam ter um peso maior do que itens de tecnologia, por exemplo.
Veja abaixo as proporções distintas de cada tipo de gasto, conforme seu peso no orçamento das famílias.
| Tipo de gasto | Peso |
| Transportes | 20,6% |
| Alimentação e bebidas | 19,3% |
| Habitação | 15,6% |
| Saúde e cuidados pessoais | 13,5% |
| Despesas pessoais | 10,7% |
| Comunicação | 5,7% |
| Educação | 6,1% |
| Vestuário | 4,6% |
| Artigos de residência | 3,8% |
O cálculo do IPCA considera famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. Essa faixa foi criada com o objetivo de garantir uma cobertura de 90% da população residente nas 16 áreas urbanas definidas para a medição do índice.
Cada região também tem pesos diferentes, pois é importante considerar as influências regionais nas variações de preços. Veja a tabela abaixo:
| São Paulo | 32,3% |
| Belo Horizonte | 9,7% |
| Rio de Janeiro | 9,4% |
| Porto Alegre | 8,6% |
| Curitiba | 8,1% |
| Salvador | 6% |
| Goiânia | 4,2% |
| Brasília | 4,06% |
| Recife | 3,9% |
| Belém | 3,9% |
| Fortaleza | 3,2% |
| Vitória | 1,9% |
| São Luís | 1,6% |
| Campo Grande | 1,6% |
| Aracaju | 1,0% |
| Rio Branco | 0,5% |
Para que é usado o IPCA?
Em primeiro lugar, é preciso entender que o IPCA serve como um dos termômetros da economia. Se esse indicador tem um aumento constante, mês a mês, isso demonstra que há um processo inflacionário em andamento, que terá impacto nas atividades econômicas e na geração de emprego.
O cálculo é simples: se as pessoas estão perdendo poder de compra, elas vão ter menos dinheiro para adquirir produtos, o que tem impacto nas vendas e na produção desses bens. Com queda na produção e vendas, cresce a chance de as empresas demitirem, por exemplo.
Nesse caso, é comum que o Banco Central eleve a taxa Selic para tentar encarecer o custo do crédito, fazendo com que menos dinheiro circule na economia e ajude a controlar a inflação.
Esse indicador ainda é usado para reajustar contratos, como contratos de aluguel — na maioria dos casos, o aluguel acompanhará o aumento do IPCA. Além disso, sindicatos usam o IPCA nas convenções para aumento salarial.
No entanto, embora o IPCA seja o índice oficial do Brasil, existem outros indicadores de inflação que são utilizados, como o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) e o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), que fornece uma prévia da variação do IPCA.
O que faz esse índice subir ou cair?
Como visto, o IPCA relata um cenário real que está acontecendo na economia. Portanto, o que fará ele aumentar ou cair serão aspectos macroeconômicos, como a taxa de juros, problemas no abastecimento, problemas em cadeias produtivas etc.
Como o IPCA mede a inflação em vários itens, caso o preço de um deles aumente muito, pode influenciar o índice em uma cidade.
Imaginemos que devido a uma razão geopolítica, o preço do barril de petróleo sobe muito. Como a maioria dos produtos é transportada por caminhões, há um aumento de custo em várias cadeias produtivas.
Logo, o consumidor pagará mais caro pelos produtos e o IPCA do mês aumentará.
Quem divulga/decide o IPCA?
O IPCA é divulgado pelo IBGE mensalmente. Esse indicador só é definido depois que a pesquisa de preços é feita, portanto, não é uma meta a ser alcançada, e sim fruto da realidade atual da economia brasileira.
Todos os países têm institutos que divulgam a inflação oficial. Você pode ver o IPCA diretamente no site do IBGE.
Investimentos atrelados ao IPCA
Um dos objetivos de uma carteira de investimentos é garantir que o investidor proteja o seu dinheiro da inflação. Por isso, é comum que algumas aplicações tenham seus ganhos atrelados ao IPCA.
Se você conhece o seu perfil de investidor, sabe que existem investimentos de renda fixa (mais seguros, mas com menor rendimento) e os de renda variável (mais arriscados, mas com maiores possibilidades de rendimento).
Assim, muitas opções da renda fixa, como Tesouro Direto, CDB, LCI e LCA, podem ter seus ganhos atrelados ao IPCA.
Isso também significa que fundos de investimentos tradicionais ou previdenciários que investem em ativos de renda fixa podem usar o IPCA para garantir o poder de compra futuro dos investidores.
Agora que você entendeu o que é IPCA, ficará mais fácil acompanhar as mudanças nos preços de produtos e serviços. Lembre-se de que esse índice é divulgado mensalmente, então, ele é figurinha carimbada dos noticiários.
Como vimos, a inflação sempre fez parte do nosso cotidiano. Sendo assim, planejar-se para o futuro é essencial. Uma forma de fazer isso é por meio da Previdência Privada, um investimento que tem benefícios fiscais, possibilidade de diversificação de ativos e atende aos mais diversos perfis de investidor.
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