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Despesas variáveis e fixas: o que são, como identificar e reduzir

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Cuidar bem das finanças, sejam elas pessoais, sejam empresariais, requer educação financeira para entender como o dinheiro é usado. Nesse contexto, entender as despesas variáveis e como lidar com esses gastos é fundamental para alcançar estabilidade no cuidado com as finanças.

É provável que você, assim como outras pessoas e negócios, tenha se surpreendido com gastos acima do esperado ou com a necessidade de ajustar o orçamento diante de imprevistos. Ao conhecer os gastos flutuantes, por outro lado, você aumenta as chances de fazer um controle mais efetivo e que o ajudará a concretizar os planos com tranquilidade.

Quer descobrir como identificar e cuidar das despesas variáveis de forma eficiente? Então continue a leitura e descubra o que fazer!

O que são despesas variáveis?

As despesas variáveis são aquelas que não são iguais de um período para o outro. Pensando em um orçamento mensal, por exemplo, as despesas variáveis podem mudar bastante de um mês para o seguinte. Essa variação depende de questões como escolhas, estilo de vida ou volume de produção, por exemplo.

Vale notar que diversas despesas variáveis acontecem de forma recorrente, ou seja, a cada mês ou em outro período. A diferença é que o valor gasto pode flutuar, dependendo das condições de consumo ou produção.

Ainda, é interessante saber que o conceito de despesa variável existe tanto no aspecto pessoal quanto no contexto empresarial. Em seguida, descubra como ele funciona em cada uma das situações!

Despesas variáveis pessoais

As despesas variáveis pessoais são aquelas que mudam com o seu estilo de vida, com suas escolhas e com suas preferências ao longo de cada mês. Mesmo que a cobrança aconteça mensalmente — como a conta de luz ou de água —, o valor não é fixo e o custo pode ficar mais caro ou mais barato.

Para entender melhor, veja alguns exemplos de despesa variável pessoal:

  • alimentação: se você fizer compras no supermercado em um dia de promoção, sua despesa com alimentação pode ser menor que no mês anterior. Porém, se você comprar mais itens ou se o preço dos produtos tiver subido, a despesa pode ser maior;
  • conta de energia elétrica e de água: se em um mês você utilizar mais o ar-condicionado que no mês anterior e não alterar outros consumos, sua conta seguinte tende a ser mais cara. O mesmo vale para o consumo doméstico de água;
  • combustível: caso você utilize mais vezes o seu veículo, percorra distâncias maiores ou o preço por litro fique mais alto, sua despesa tende a aumentar em relação ao mês anterior;
  • lazer: se em um mês você não comeu fora e no mês seguinte for a vários restaurantes, faz sentido que sua despesa com lazer e entretenimento seja maior;
  • cartão de crédito: a menos que você não utilize o cartão de crédito de um mês para o outro, sua fatura sofrerá variações de acordo com as novas compras realizadas;
  • saúde e bem-estar: quem precisar gastar mais com remédios ou se matricular na academia, por exemplo, tende a gastar mais com saúde que antes.

Como é possível perceber, muitas escolhas interferem diretamente nas despesas variáveis. Porém, aumentos de preços e tarifas também podem fazer com que esses valores se elevem em relação aos períodos anteriores.

Despesas variáveis empresariais

As despesas variáveis empresariais são os gastos que se alteram com as características de produção ou vendas de um negócio. A relação é direta e bastante simples: quanto mais a empresa vende ou produz, maiores são os gastos associados a esses resultados.

O tipo de despesa variável de um negócio depende, entre outros fatores, do tipo da empresa. Uma indústria, por exemplo, terá despesas variáveis diferentes de um escritório. Porém, o conceito se mantém e tudo depende da performance geral do negócio.

A seguir, veja alguns exemplos de despesas variáveis empresariais:

  • matérias-primas: um negócio que fabrica produtos terá gastos maiores com os insumos, como os materiais, se houver mais pedidos dos revendedores, por exemplo. O mesmo ocorre se o preço das mercadorias-base aumentar;
  • custos de produção: se uma empresa precisa utilizar uma máquina por mais tempo que no mês anterior, é provável que o consumo de energia elétrica se torne mais alto, o que fará com que os gastos com a produção aumentem;
  • comissão de vendas: já os negócios que remuneram seus vendedores ou distribuidores terão custos maiores se as vendas aumentarem. Como será preciso pagar mais comissões, o valor do orçamento destinado para essa questão também aumentará;
  • serviços de manutenção: dependendo do caso, um aumento na produção ou nas vendas exige mais dos equipamentos, o que pode levar a uma necessidade maior de manutenção. Como consequência, em determinado período esses gastos podem ser mais elevados.

O que são despesas fixas?

O oposto das despesas variáveis são as despesas fixas — e o conceito também é contrário ao que você já viu até agora. Sendo assim, as despesas fixas são aquelas que têm um valor previsível e conhecido antecipadamente. Embora esses gastos possam ser reajustados, como acontece com o preço de determinados serviços, eles não dependem tanto do estilo de vida ou do volume de produção e vendas.

Assim como acontece com as despesas variáveis, os custos fixos aparecem tanto no orçamento familiar quanto no planejamento empresarial. Então, é interessante saber como cada tipo funciona. Confira!

Despesas fixas pessoais

As despesas fixas pessoais são, de certa maneira, as contas básicas de uma pessoa ou família. Esses são valores que, normalmente, não podem ser reduzidos apenas pela mudança de hábitos ou do estilo de vida. Desse modo, confira alguns exemplos de despesas fixas pessoais:

  • financiamento ou aluguel de imóvel: independentemente do que acontecer ao longo do seu mês, o valor do financiamento de um imóvel ou do aluguel provavelmente se manterá fixo;
  • empréstimo pessoal: ao tomar crédito em uma instituição, é comum acordar o pagamento de parcelas fixas por determinado período, de modo que o valor terá um peso semelhante no orçamento a cada mês;
  • plano de internet: se você contratar um plano específico de internet para a sua casa ou seu celular, será preciso pagar um valor fixo para manter o serviço;
  • assinaturas de streaming: exceto quando ocorrem aumentos pontuais, você saberá o quanto pagará para manter a assinatura dos serviços de streaming;
  • mensalidades: seja o valor pago à academia ou à escola dos filhos, as mensalidades de diversos estabelecimentos também costumam ser fixas.

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Despesas fixas empresariais

Enquanto isso, as despesas fixas empresariais se mantêm independentemente do desempenho do negócio no período. Ou seja, mesmo que a companhia não realize vendas ou não tenha lucro, ela precisará arcar com esses custos para honrar seus compromissos financeiros. Quer exemplos do que está contemplado nas despesas fixas empresariais? Veja:

  • aluguel do espaço: se a empresa atua em um galpão, escritório ou outro tipo de imóvel alugado, o valor mensal será o mesmo, sem considerar o desempenho da empresa;
  • empréstimos e financiamentos: na maioria dos casos, as soluções de crédito empresarial preveem a cobrança de valores fixos mensais;
  • salários e benefícios: os colaboradores contratados normalmente também recebem remunerações fixas, que são pagas mesmo se não houver comissões a distribuir, por exemplo;
  • gastos administrativos: a contratação de softwares e outras ferramentas são exemplos de despesas que não dependem dos resultados obtidos pela companhia.

Como identificar as despesas variáveis?

Os gastos mensais totais de uma pessoa ou empresa são dados pela soma entre as despesas fixas e as despesas variáveis. Porém, é comum surgir a dúvida: como identificar essas despesas que não são iguais todos os meses? Embora elas não possam ser previstas de modo geral, é possível fazer esse cálculo por meio da observação dos gastos ao longo do mês.

Nesse caso, o primeiro passo é identificar todas as despesas fixas. Elas aparecerão no orçamento ou nas saídas financeiras com o mesmo valor a cada mês. Então vale analisar os últimos três ou seis meses de contas para saber quais são os valores que se repetem entre os meses. Além disso, é necessário que o gasto ocorra de forma constante e, de preferência, sem interrupções.

Imagine que uma pessoa tem gastos da seguinte forma:

  • mês 1: gasto A de R$100,00 e gasto B de R$50,00;
  • mês 2: o gasto A permanece sendo R$100,00 e o gasto B não ocorre;
  • mês 3: o gasto A é de R$100,00 e o gasto B retorna, sendo R$50,00.

Inicialmente, você pode achar que os valores não variaram, já que no mês 1 e no mês 3 as despesas foram iguais. Porém, é essencial compreender que, no mês 2, o gasto B foi igual a 0. Como houve uma mudança, ele pode ser considerado uma despesa variável.

Como calcular as despesas variáveis?

Após identificar as despesas variáveis, é hora de saber como calculá-las. Em suma, é preciso subtrair as despesas fixas do valor total que é gasto no mês. O resultado é a soma de todas as despesas variáveis, indicando o quanto elas comprometem o planejamento financeiro. Também é possível fazer o cálculo ao identificar cada despesa individualmente, conhecendo os gastos associados a ela.

Porém, como você conferiu até aqui, as despesas variáveis podem mudar a cada período, certo? Logo, o valor que você encontra de despesa variável em um mês não necessariamente aconteceu antes e pode não se repetir no futuro. Por causa disso, o ideal é fazer uma média para entender, no geral, quais são esses gastos.

Para ter uma ideia, vamos considerar este exemplo de despesas variáveis de uma pessoa:

  • janeiro: R$4 mil;
  • fevereiro: R$1,5 mil;
  • março: R$2 mil.

Se você considerar o dado de cada mês individualmente, ele não refletirá com tanta precisão os outros períodos, certo? Ao fazer uma média, entretanto, você descobrirá que o gasto variável médio foi de R$2,5 mil por mês. Com essa informação, fica mais fácil se planejar e se preparar para os meses seguintes.

Vale notar que quanto maior for o período avaliado, mais preciso tende a ser o resultado. Então, se você calcular a média dos últimos seis meses ou um ano, por exemplo, o resultado será mais preciso e ajudará seu controle com mais eficiência.

Como controlar as despesas variáveis?

Com o que você aprendeu até aqui, é fácil perceber que as despesas variáveis podem impactar bastante um orçamento pessoal ou empresarial. Como os gastos podem mudar, a falta de controle pode gerar surpresas desagradáveis. Por isso, é fundamental ser capaz de controlar essas despesas com mais efetividade.

Uma das formas de fazer isso é definindo limites para cada grupo de gastos. Para evitar ser surpreendido com os gastos no supermercado, por exemplo, o ideal é estabelecer um valor máximo para o mês. O mesmo acontece com outras áreas da vida, como lazer, deslocamento e conta de luz, por exemplo. Sabendo o quanto você deve gastar no período, fica mais fácil tomar decisões que ajudem a respeitar o limite.

Para facilitar o acompanhamento do limite, vale a pena fazer um orçamento pessoal, familiar ou empresarial. Defina como o dinheiro deve ser distribuído entre as diferentes áreas, incluindo os gastos variáveis máximos de cada setor.

Outra dica é utilizar ferramentas que ajudem a verificar como o dinheiro tem sido usado. Com uma planilha de gastos, por exemplo, é possível registrar todas saídas de dinheiro e para qual área os recursos vão. Então, basta comparar as informações com os limites estabelecidos e acompanhar, garantindo que os valores definidos serão cumpridos.

Também é interessante ter uma reserva financeira para os gastos variáveis imprevistos, como questões de saúde. Com esse valor extra destinado para emergências, é possível diminuir o impacto de eventuais gastos extras. Da mesma forma que as outras dicas, isso vale tanto para pessoas quanto para empresas.

Como reduzir as despesas variáveis?

Além de saber como controlar as despesas variáveis, é interessante procurar soluções para reduzir esses gastos. Com decisões melhores nesse sentido, sobra mais dinheiro no orçamento familiar ou para a empresa, que se torna mais lucrativa. Na sequência, veja o que fazer para acertar nessa redução!

Despesas pessoais

Se você quiser diminuir as despesas variáveis na sua vida em família, é possível utilizar algumas estratégias eficientes. Entre elas, estão:

  • economize energia elétrica, tendo um consumo mais consciente e buscando soluções eficientes e econômicas, como lâmpadas LED;
  • controle e reduza o consumo de água, agindo de forma responsável;
  • faça uma lista de compras antes de ir ao mercado;
  • pesquise preços antes de comprar, buscando descontos e condições melhores;
  • tenha atenção ao uso do cartão de crédito e outras soluções parecidas;
  • evite compras por impulso, como aproveitar liquidações sem planejamento ou real necessidade;
  • reveja hábitos, como idas a restaurantes ou outras atividades fora de casa.

Despesas empresariais

Assim como uma pessoa consegue reduzir as despesas variáveis, uma empresa pode fazer mudanças que ajudem a diminuir esses gastos e aumentar o lucro geral do negócio. Veja sugestões para isso:

  • reduza desperdícios nas etapas produtivas, aumentando a eficiência;
  • renegocie contratos com fornecedores, buscando preços e condições melhores;
  • faça a manutenção preventiva ou preditiva de equipamentos, diminuindo a necessidade de consertos;
  • reduza o estoque para diminuir os custos de armazenamento;
  • planeje a logística com mais eficiência, como ao criar rotas de entregas mais baratas;
  • automatize tarefas e torne as atividades mais rápidas com a tecnologia.

Como você aprendeu, as despesas variáveis têm um grande impacto no orçamento pessoal, familiar ou empresarial. Sabendo como identificar, controlar e diminuir esses gastos, você poderá cuidar muito melhor das finanças, tendo mais tranquilidade no dia a dia. Quer dar o próximo passo para cuidar melhor das suas finanças? Então veja 12 dicas para economizar dinheiro!

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