Entenda como funciona a inflação e de que maneira ela afeta seu bolso!
Quem viveu nos anos 80 e início dos 90 do século passado sabe muito bem o que é e como funciona a inflação. Para se ter uma ideia, naquela época, um produto que estava de manhã por um valor nas prateleiras das lojas, ou dos supermercados, à tarde, já era novamente etiquetado com um novo preço.
Esse fenômeno, quando o índice dos aumentos ultrapassa a casa dos 50% ao mês, dá-se o nome de hiperinflação, que, no Brasil, teve o seu ápice em março de 1990, quando a inflação chegou a assustadores 80%.
E é devido justamente à nossa recente história econômica que o fantasma da inflação assusta tanto os brasileiros.
Quer saber como funciona a inflação e qual a sua importância? Então, continue lendo!
O que é inflação?
Antes de mais nada, vamos entender o que é e como funciona a inflação. De forma prática, a inflação traduz, por meio de um índice, a média do aumento de preço de uma cesta de produtos e serviços considerada essencial para o dia a dia da população.
Essa cesta é definida pela Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São incluídos nela, por exemplo, os valores dos aluguéis e de vários itens básicos de alimentação, além de gastos com saúde, transporte, educação, vestuário, lazer, entre outros.
É importante destacar que o aumento nos preços dos itens dessa cesta não é uniforme. Ou seja, se a inflação em determinado mês for de 2%, esse percentual representa a média dos aumentos dos itens da cesta. Não quer dizer que tudo ficou 2% mais caro.
É preciso lembrar que em cada categoria de produtos e serviços, determinados itens têm aumentos maiores e outros menores, podendo até mesmo não apresentar aumento algum no período.
Para entender melhor como funciona a inflação, vamos a um exemplo prático relacionado ao setor de alimentos: se o valor do quilo do feijão tem um forte aumento no mês, ele alavanca a inflação média dos produtos alimentícios, mesmo que o preço do milho, por outro lado, não oscile. Ou seja, teremos aumento em um produto, mas não em outro.
Como funciona a inflação?
Entender como funciona a inflação passa, também, por entender seus fatores ao redor. A inflação tem como termômetro o IPCA, sigla para Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Medido mensalmente pelo IBGE, o IPCA é tido pelo Banco Central como o índice oficial da inflação (ou da deflação, caso a média dos preços caia), sendo responsável por apontar a oscilação dos preços praticados no mercado brasileiro.
O IBGE também gera outro indicador de preços: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Conforme destaca o instituto, a diferença entre ambos os índices é que enquanto o IPCA leva em conta uma parcela maior da população, mostrando a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de um e 40 salários mínimos, o INPC avalia a variação do custo de vida médio somente de famílias que possuem renda mensal de um a cinco salários mínimos, sendo esse grupo bem mais vulnerável às variações de preços.
Segundo o IBGE, essa faixa da população tende a gastar todo o seu rendimento em itens básicos, incluindo alimentação, transporte, medicamentos, etc.
No caso específico do IPCA, o IBGE faz mensalmente o levantamento de cerca de 430 mil preços em cerca de 30 mil locais, distribuídos ao longo de 13 áreas urbanas do Brasil.
O instituto faz uma comparação de todos os preços levantados no mês corrente com os apurados no período anterior, derivando, assim, em um único valor que traduz a variação geral de preços ao consumidor nesse intervalo.
Em 2020, o IPCA acumulado dos 12 meses ficou em 4,52%.
O que eleva a inflação?
Como parte do aprendizado para entender como funciona a inflação, é essencial entender que esta pode acontecer, basicamente, de duas maneiras: em curto prazo, com a presença de aumentos de preço de um mês para outro mês; ou a longo prazo, cujo elevação dos preços se acentua de forma contínua ao decorrer do ano.
Em ambas as situações, as causas podem ser diferentes. Confira a seguir:
Elevação no curto prazo
Já reparou que em determinado período do ano, quando boa parte da população busca ao mesmo tempo por determinado tipo de produto ou serviço, o seu valor aumenta bruscamente?
Pois bem, nesse caso, podemos dizer que a demanda ficou maior do que a oferta, gerando, dessa maneira, aumento do preço. A elevação da inflação a curto prazo pode ser reflexo, também, da maior disponibilidade de crédito na praça.
Sendo assim, com a população tendo maior poder de compra, há a tendência de consumir mais, o que, de certa forma, faz aumentar a demanda.
Outro fator que faz a inflação elevar no curto prazo diz respeito ao aumento de custo de produção de determinado produto ou realização de um serviço. Geralmente, esses custos são repassados para o consumidor.
Elevação no longo prazo?
Um dos fatores que podem elevar a inflação no longo prazo é a impressão de dinheiro pelo Governo Federal. Essa prática geralmente se faz para pagar as contas quando os gastos são maiores do que a arrecadação.
Com maior volume de dinheiro no mercado, há maior demanda, o que faz, consequentemente, subir os preços de produtos e serviços.
Outra causa do aumento da inflação a longo prazo é a diminuição da Selic, que é a taxa básica de juros da economia. Definida pelo Banco Central, a Selic afeta não só a poupança e outros tipos de investimentos em renda fixa, como também os empréstimos, que ficam mais baratos com uma taxa Selic menor.
Com isso, há um maior estímulo ao consumo, acarretando, com o tempo, em maior demanda e aumento dos preços, consequentemente acarretando no aumento da inflação.
Como a inflação afeta você?
Saber como funciona a inflação faz parte do planejamento e investimentos!
Já teve aquela sensação de que o salário não é mais suficiente para durar até o final do mês? É justamente esse o efeito causado pela inflação, principalmente para quem é assalariado, fazendo com o que o dinheiro perca valor frente à alta dos preços e reduzindo, assim, o poder de compra da população.
É preciso lembrar novamente que a Selic, que serve como ferramenta de controle da inflação pelo Governo Federal, afeta, inclusive, investimentos importantes, como a poupança e outros baseados em renda fixa.
Como é possível ter controle sobre a inflação?
Um dos recursos que o Governo Federal utiliza para controle da inflação é mexer na taxa Selic, e isso tem uma explicação.
Quando a taxa Selic aumenta, o acesso ao crédito fica mais oneroso, pois os empréstimos e financiamentos, por exemplo, tornam-se mais caros, o que, de certa forma, reduz a circulação da moeda para o consumo de bens e serviços.
Com menos dinheiro circulante há queda na demanda, afetando diretamente a inflação, que tende a diminuir. O mesmo efeito acontece quando o governo aumenta os impostos, fazendo com que circule menos dinheiro no mercado.
Qual a melhor forma de investir meu dinheiro?
Dependendo do tipo de investimento que se pretende realizar, é preciso entender como funciona a inflação e a analisar o índice da mesma, já que o seu dinheiro aplicado pode vir a valer menos com o passar dos anos.
Ou seja, independente de qual aplicação escolher, é importante se certificar de que a sua rentabilidade será maior, ou menor, do que a inflação. O objetivo é fazer com que o seu dinheiro não perca poder de compra.
É bom ter em mente também que, independentemente da fase econômica, seja com inflação ou deflação, os cenários mudam, assim como a escolha dos investimentos mais vantajosos.
E assim como pensar no presente é algo muito importante, olhar com atenção para o futuro deve fazer parte dos seus planos também.
E nesse contexto, escolher uma boa previdência privada faz total diferença. Aqui na Icatu, por exemplo, é possível ter diferentes opções de rentabilidade na previdência privada, e isso vai de acordo com cada perfil de investimento, que pode ser conservador, moderado e agressivo.
E o melhor: o gerenciamento do investimento é feito por especialistas.
Como funciona a inflação agora pode estar mais claro, certo?
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